8 de Setembro de 2022 Robert Bibeau
Por Brigitte Bouzonnie.
Ontem,
Brigitte Bouzonnie propôs-nos uma questão... Porquê esta série de falhanços do
movimento popular francês após estas vagas de manifestações colossais... que
hoje ela faz remontar a 1944, a 2009, a 2016...? Qual a razão, de facto, para estes
fluxos e refluxos do movimento de resistência popular – que demasiados
militantes confundem com a insurreição popular, ou pior ainda, com a revolução
proletária?! ... Aqui está a origem deste "fracasso". O fracasso – ou
refluxo – do movimento de resistência popular é explicado precisamente porque é
apenas um movimento de resistência popular liderado pela pequena burguesia para
expressar a sua frustração por ser deixado para trás pelo sistema (o modo de
produção capitalista decadente), sem esperança de retorno, a não ser para
servir como cabo na próxima guerra que o Big Capital está inexoravelmente –
cegamente – a preparar (ver: https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2022/09/primeira-ministra-britanica-liz-truss.html
). Não é um Grande Reset, ou uma Nova Ordem
Mundial, ou mais caridade para os pobres de que precisamos, é uma Revolução
Proletária de que precisamos imperativamente.
Visione a Manifestação de 4 de Setembro em
Paris: https://fb.watch/fmIREgoLtw/
« A nossa Primavera (1944) é uma Primavera que tem razão de ser ", escreve com lucidez o poeta Paul Éluard. Da mesma forma, o nosso Outono Social é um Outono que tem razão de ser. Que vai provar que estamos certos. Durante anos e anos, é certo que ocorreram fortes mobilizações do povo francês na rua. Mas seguidas pelos fracassos dos nossos movimentos sociais.
–Mobilização contra a reforma das pensões
desejada por Sarkosy em 2009: 2,3 milhões de pessoas mobilizadas em 6 de Outubro
de 2009.
- Mobilização contra a lei khomri de 2016: 1 milhão de
pessoas na rua em 31 de Março de 2016.
–Mobilização contra a reforma das pensões
desejada por Macron, com 2 milhões de franceses zangados a 5 de Dezembro de
2019. Mobilização continua por um período de oito semanas: o dobro da duração
do Maio de 68.
–Mobilização contra o passe sanitário ao
longo do Verão de 2021, com números que variam entre 2,5 milhões e 6,5 milhões
de manifestantes (números da associação Antipasssanitaire, falsificados
pelo Ministério do Interior).
Então, a nosso favor, conseguimos liderar fortes mobilizações. Mas,
infelizmente, deparamo-nos com a recusa sistemática das ditaduras Sarkosy,
Hollande e Macron de levar em conta as nossas queixas.
Mas, a dialéctica da história assim o obriga, todos estes fracassos
passados, são todos peças de um puzzle, que se reúne com sucesso na próxima
mobilização do Outono de 2022. Como é possível?
Qual é a situação? Com
a guerra na Ucrânia, a situação social francesa foi profundamente alterada.
Como o embaixador britânico em Beirute, Alastair Crooke, escreve em Cultura
Estratégica, um jornal alternativo em língua inglesa. E que não podemos acusar de
activista bolchevique: "Os líderes ocidentais devem: 1°) - Ou causar miséria
social de tal magnitude, que todos perderão os seus empregos. 2°)- Ou limitar a
sua ajuda militar a Kiev!" (sic).
Com a submissão tola
de Macron, um agente da CIA, ao Pentágono e à NATO, este é naturalmente o
primeiro cenário que prevalecerá. Ou seja, o cenário de um preço de electricidade
de 1.000 euros por megawatt, gasolina sobrevalorizada, etc., só pode suscitar
uma forte raiva do povo francês. Lembramos que já 80% dos franceses estão a lutar para pagar as despesas.
A explosão no preço da
electricidade não é, portanto, um trovão num céu sereno. Num contexto de
extrema opulência, em que todos nadaríamos. Mas, pelo contrário, no contexto de
uma pauperização, infelizmente bem avançada, do povo francês. Uma "vaga de pobreza" disse o
falecido Julien Lauprêtre, Presidente da Secours Populaire.
1º)-Nos anos oitenta, houve primeiro a liquidação das classes populares,
que foi atirada para o desemprego. Numa grande negação da realidade dos
responsáveis pela “esquerda” (olá Mélenchon).
2°)-Actualmente, o projecto de Macron é liquidar a classe
média (liquidá-la ou espezinhá-la? NDÉ): "Sectores inteiros da economia
tornar-se-ão bocas inúteis, como explica Yuval Noah Harari." Há "4
mil milhões de bocas inúteis para alimentar", acrescenta o
Nazi Schwab e o fórum de Davos. Trata-se de dois fenómenos diferentes de
empobrecimento, infelizmente complementares, no colapso total sofrido pelo povo
francês desde os anos oitenta.
Já os britânicos estão
muito zangados. Fazem greves massivas com slogans: "corte a conta da energia " (sic), como
mostra o último artigo de Jacques Cotta. Longe de serem os salvadores da honra
sem importância, há muitos jovens nas manifestações.
Os povos da Europa mobilizar-se-ão de
tal forma que os líderes ocidentais perderão todos os seus postos. (Incompreensível, de facto, porque é que
estes políticos lacaios que se agarram desesperadamente aos seus lugares fazem
tudo para perder a sua carga...? Não percebo. Uma possível resposta aqui: https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2022/09/novos-discursos-mediaticos-tentam.html
Na verdade, " the times, there are changing", teria dito Bob Dylan. Existe uma nova janela de oportunidade, aberta pela anunciada vitória russa na Ucrânia: vitórias repetidas em Mariupol, Severodonetz, Lyssitchansk, independentemente da lavagem cerebral mentirosa dos meios de comunicação ocidentais às ordens da NATO. Veja: https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2022/09/o-colapso-economico-e-social-da-europa.html quem pode entender ???
A anunciada vitória
russa significa ipso facto O ADVENTO DE UM MUNDO MULTIPOLAR. Seguido pelo
desmantelamento da hegemonia americana por todo o planeta. E a existência de um
projecto alternativo à mundialização mortal, que facilitará o regresso aos
ESTADOS nacionais. Concretamente, o
regresso ao Estado-nação e a existência de um projecto concorrente do
capitalismo ocidental significa que o Povo terá a sua palavra, sobre o modelo
dos anos sessenta, quando houve dois projectos concorrentes: o projecto
capitalista e o projecto comunista. (Este é o sonho da pequena burguesia da
classe média. NDE).
Fortes mobilizações populares gerarão um " melhor discurso social ", como costumavam dizer quando eu era jovem. Muito ao contrário das nossas fortes mobilizações "para nada", pois infelizmente vivemos nelas desde o movimento social do Outono de 2009 contra a reforma das pensões desejada por Sarko.
Mas estas mobilizações
recorde a que assistimos há 12 anos (2009-2021) têm um ponto positivo: mostram
que o povo francês é um "povo para si",
"CONSCIENTE". "QUE NÃO QUER MAIS MACRON." E acima de tudo o
"CAPITALISMO MUNDIALIZADO", colocando as classes populares e
agora a classe média no desemprego e na pobreza em massa: 15 milhões de
franceses que vivem abaixo do limiar da pobreza, de acordo com os meus
cálculos. E que a reeleição de Macron se deve apenas a grandes fraudes tornadas
possíveis pelos servidores do Dominion.
Macron tem medo. Não sou eu que o escrevo, mas Eric Verhaegue, do Courrier
des stratèges. De acordo com o denunciante, o FBI está na posse de um ficheiro
sobre a vida privada de Macron encontrado na casa de Donald Trump. Em
Mar-a-Lago. E fá-lo-ía cantar. Para quê? Para o impedir de largar Zelensky e a
sua ajuda militar a Kiev, como tem feito durante todo o Verão. Porque é que um
tipo como o Macron quer deixar o navio atlântico? Porque tem medo da mobilização
popular nas ruas este Outono. Sabe que não conseguirá safar-se de cegar
cobardemente Jerome Rodriguez e Manu. Decependo as mãos. Matar uma dúzia de
manifestantes, como fez vergonhosamente com o movimento corajoso dos Coletes
Amarelos.
Com a guerra na
Ucrânia, temos uma nova janela de oportunidade, o que torna as nossas queixas
de procura de uma vida decente em geral e preços de energia baratos mais
admissíveis. Até os críticos de salão, ao estilo de Eric Naudeau, esperam um
movimento de coletes amarelos força 50, no dia 10 de Setembro! Vê: https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2022/09/o-colapso-economico-e-social-da-europa.html
SIM, O NOSSO OUTONO SOCIAL É UM OUTONO
DA RAZÃO. E QUE PROVARÁ QUE ESTAMOS CERTOS!
Como disseram nos anos 70:
TEMOS RAZÃO EM NOS REVOLTAR!
“O primeiro conselho que ofereço é ouvir a narrativa propagada pela media
burguesa a soldo do grande capital multinacional. É preciso saber o que diz o nosso
inimigo de classe – e desejos de que pensemos num drama histórico que se
desenrola diante de nossos olhos.
O segundo conselho é não assimilar – engolir – ou propagar as parvoíces que
essas medias mentirosas derramam sobre nós. EXEMPLO: Von Lion Ursula e o seu
bando não obedecem ao neo-nazi são eles que comandam – apoiam – Zelensky o seu
espantalho decadente (neo-nazi sem escala) – e não o contrário.
Pergunta: Por que é que os fantoches políticos europeus deixam um patético fantoche
ucraniano miserável insultá-los e por que se privam eles do gás e petróleo
russos mais baratos e matérias-primas russas e fertilizantes russos e grãos
russos de que tanto precisam ???? Essa é a pergunta de um milhão de rublos.
RESPOSTA: Não é por falta de inteligência dos fantoches políticos - não é para acumular lucros capitalistas - não é porque os capitalistas americanos lhes impõem
É que na GUERRA TOTAL em que os dois clãs - as duas alianças imperiais - estão empenhados - o eixo ocidental (incluindo os EUA e o capital EUROPEU) deve absolutamente testar - verificar - validar – os seus soldados de infantaria – a sua carne para canhão – a sua população diante das restricções e racionamento da próxima guerra – a guerra que os ricos planeiam há anos.
Imagine por um momento – se a população europeia vacilar – se revoltar – liderar a insurreição por uma falta de combustível de 15% e alguns graus de reducção no aquecimento e um aumento de 10% no preço das massas na mercearia o que será num contexto de guerra viral-bacteriológica-nuclear mortal.
Os chineses estão a preparar o seu povo para essa guerra total reinstalando os confinamentos e proibindo a greve – digam a vós próprios que essa guerra já em andamento não acontecerá sem a CHINA. Os russos também estão a preparar o seu povo para as grandes privações de uma economia de guerra
Os imperialistas ocidentais entenderam que o assédio e o cerco ao TANDEM SINO-RUSSO já durou o tempo suficiente e que se tornou ineficaz – INOPERATIVO – contraproducente (veja o seu fracasso com o IRÃO) e que eles devem preparar a sua população para a guerra total para descobrir qual dos dois clãs governará o mundo.
SURPRESA para todos eles... Tenho a sensação de que o proletariado não quer a sua guerra viral-bacteriológica – meteorológica e nuclear. »
Fonte: Notre automne social est un automne de raison… qui va nous donner raison?!… – les 7 du quebec
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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