A memória suplanta a saudade,
mitiga a ausência e suaviza a solidão
Estivesse ele entre nós, celebraríamos hoje, dia 16 de Junho de 2023, o centenário do nosso querido e saudoso pai, Luis Fernando Graça Veiga da Silva.
Representando um período marcante das nossas vidas com ele, a foto acima foi registada a bordo do navio Teigelberg, com pavilhão de Singapura, que em 1961 nos levou – ao meu irmão, a mim, e aos nossos pais – para o Brasil, numa viagem que se iniciou na antiga Lourenço Marques (Maputo), em Moçambique, até ao Rio de Janeiro, com escala em Port Elizabeth – onde acostámos no dia em que a África do Sul decidiu sair da Commonwealth e proclamar a República, quando ainda vigorava o odioso regime de apartheid -, Durban e Cidade do Cabo. Uma viagem que durou 19 dias!
Nessa época, os olhos infanto-juvenis do meu irmão e meus, retinham e absorviam sofregamente as emoções que a aventura e o desconhecido nos ofereciam, à medida que aquele vapor nos conduzia para o porto carioca, serpenteando entre as ilhas da Baía da Guanabara.
Hoje adultos, no chamado “ocaso da vida” – o meu irmão com 75 anos e eu com 73 -, ao assinalarmos e celebrarmos o centenário do nosso pai, as memórias de aventura e deslumbramento da época são suplantadas pelo orgulho de termos beneficiado do convívio com um progenitor único. Guerreiro, mas bondoso. Firme, mas generoso e coerente. Aventureiro, mas assertivo. Honesto e leal. Inteligente e audaz. Um gentleman!
Alguém que nos deu estrutura e que nos ensinou que, para se ousar viver com dignidade e coluna vertebral direita, há que ter a audácia das águias e não a subserviência das galinhas.
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