segunda-feira, 19 de junho de 2023

Regra Geral maus

 


 19 de Junho de 2023  Olivier Cabanel  

OLIVIER CABANEL — A polémica já dura há muito tempo: os OGM são organismos nocivos para a saúde?

A resposta dada há vários anos por Corine Lepage, Jean Marie Pelt e outros cientistas é clara: SIM.

 


Estes cientistas baseiam a sua opinião numa avaliação privada efectuada pela Monsanto.

A famosa multinacional teve a boa ideia de lançar um inquérito para avaliar o seu milho OGM.

Durante 6 meses, os ratos foram alimentados exclusivamente com milho geneticamente modificado.

A conclusão foi clara: os ratos sofreram graves danos na sua saúde, com doenças renais e hepáticas.

Sem a perseverança dos cientistas acima referidos, este relatório não teria sido publicado.

Actualmente, sabemos ainda mais sobre os OGM.

Sabemos que, contrariamente às afirmações dos "especialistas" pró-OGM, o pólen viaja muito mais longe do que os dez metros a que estava confinado: pode ser encontrado nas camadas superiores da atmosfera.

http://www.dailymotion.com/video/x3mb9l_le-pollen-de-la-discorde_politics

Sabemos que são perigosos para os mamíferos e, por conseguinte, para os seres humanos.

É uma demonstração fácil, se não simplista:

O objectivo destes pesticidas OGM era substituir a pulverização do milho pela incorporação dos mesmos pesticidas no interior da planta.

Qualquer insecto que tivesse a má ideia de atacar o milho morreria.

Mas qualquer ser humano que por acaso comesse o milho sofreria claramente consequências nefastas para a saúde.

A nível europeu, até agora, tem havido uma espécie de "indefinição artística".

Foi tomada a decisão de não dramatizar a questão.

A Comissão Europeia queria obrigar a Áustria e a Hungria a autorizarem o cultivo de milho geneticamente modificado.

Mas, a 2 de Março, foi tomada uma decisão crucial.

A Comissão Europeia foi derrotada pelos Estados-Membros e, por conseguinte, as moratórias foram mantidas.

Quatro países ficaram completamente isolados: o Reino Unido, os Países Baixos, a Finlândia e a Estónia.

A proposta da Comissão foi rejeitada por 282 votos em 345.

É uma verdadeira bofetada que a Europa dá aos defensores dos OGM, e uma grande maioria de Estados europeus recusou, em 3 de Março, obrigar a Áustria e a Hungria a cultivar o milho MON810 da Monsanto.

É a primeira vez que uma decisão hostil aos OGM é tomada com uma margem de votos tão grande.

"Não vejo por que razão devemos seguir os interesses de uma única empresa americana e perturbar os cidadãos dos Estados-Membros", explicou o ministro alemão do Ambiente, Sigmar Gabriel.

A Greenpeace saudou a votação como uma "vitória para o ambiente, os agricultores e os consumidores".

Esta decisão europeia está sem dúvida ligada às investigações sobre o desaparecimento de um grande número de abelhas.

É claro que os OGM não são os únicos visados, pois parece que as ondas electromagnéticas (telemóveis, estações de base, etc.) são também responsáveis pela preocupante diminuição do número de abelhas (ver o meu artigo "As abelhas têm o abelhão").

Quanto à França, que, tal como a Grécia, accionou uma cláusula de salvaguarda no início de 2008, suspendendo o cultivo do MON810 até nova ordem, Borloo espera que a Comissão tenha em conta as posições expressas em Bruxelas na segunda-feira.

Resta-nos aguardar e esperar que aqueles que, até agora, foram considerados delinquentes, ceifando sem hesitação as parcelas de milho geneticamente modificado, sejam finalmente reconhecidos como cidadãos corajosos, indignos das sanções que lhes foram impostas até agora.

Como dizia um velho amigo africano:

"É tentando uma e outra vez que o macaco aprende a saltar".

 

Fonte: Globalement Mauvais – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




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