RENÉ NABA — Este texto é publicado em parceria com o www.madaniya.info.
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Informação
Uma centena de ONGs da sociedade civil síria, reunidas em 7 de Junho de
2023 em Paris, decidiram dar o nome de "Madaniya" ao seu colectivo.
Os editores do site madanïya.info querem demarcar-se pelo facto de terem o título Madanïya desde 1 de Setembro de 2014, data de lançamento do site, ou seja, há 9 anos. Por conseguinte, o título é de uso anterior. Sobre Madaniya.info - Madaniya.
A equipa editorial do site madanïya.info deseja informar os seus leitores, bem como os sites
parceiros, que esta webmagazine dirigida por René Naba não tem ligação directa
ou indirecta com o colectivo Madaniya (cívico), fundado por uma centena de ONGs
da sociedade civil síria, durante uma reunião no IMA, em 7 de Junho de 2023.
O site madaniya.info foi
o único vector de expressão francesa e provavelmente da esfera ocidental a ter
coberto todas as conferências da oposição democrática síria realizadas em
Genebra, de 2015 a 2022 e a ter reportado regularmente no seu site, como
evidenciado pelos seguintes links:
§ https://www.renenaba.com/la-fabrication-de-la-violence-et-du-sectarisme-dans-les-medias/
§ https://www.madaniya.info/2017/04/16/syrie-opposition-le-pacte-national-syrien/
§ https://www.madaniya.info/2017/09/01/haytham-manna-le-paria-de-damas-ou-la-rectitude-en-politique/
O site esforça-se para estimular um debate sobre a democratização da esfera euro-árabe, sem o menor respaldo em qualquer estrutura estatal ou paraestatal para a sua substância intelectual ou a sua subsistência material.
Em anexo está o manifesto fundador do site madaniya.info
O site madaniya.info quer ser um denunciante. Ele nutre a ambição de agir como um cão de guarda vigilante contra os abusos de poder, os privilégios e a manipulação da opinião, tanto no mundo árabe como nos seus arredores imediatos e longínquos, na esperança secreta de que a tão esperada Primavera floresça de facto e não seja arruinada por impostores e impotentes.
O texto, o contexto, o pretexto: Estes três elementos guiarão a nossa
preocupação na produção da informação de MADANIYA, na medida em que é
importante analisar os textos no seu contexto, submetendo à opinião dos nossos
leitores os pretextos que orientam as estratégias de comunicação, a montante,
nomeadamente em tempos de crise, na medida em que: "A liberdade de opinião
é uma farsa se a informação sobre os factos não for garantida e se não forem os
próprios factos que forem objecto de debate".
A democracia, que durante muito tempo foi prerrogativa dos grandes países ocidentais, já não é o que era, desviada pelo seu discurso disjuntivo e pela sua conivência com os potentados. No Médio Oriente, os países ocidentais conduzem uma "Democracia do Carbono" que dá prioridade à preservação dos seus interesses energéticos em detrimento da liberdade dos seus povos e dos seus próprios interesses a longo prazo.
As suas estratégias de predação das economias emergentes e as suas
campanhas de desinformação são marcadas por uma frequente manipulação da
opinião pública:
Desde o incidente do Golfo de Tonkin em 1972, pretexto para o
bombardeamento americano de Hanói, à maternidade saqueada no Kuwait, que fez
com que a opinião internacional se tornasse favorável a uma intervenção firme
contra o Iraque em 2000, ao tubo de ensaio de Colin Powell, que atestava
falsamente a produção de urânio enriquecido no Iraque, a justificação dos
neoconservadores americanos para a invasão do Iraque em 2003, ao desastre
jihadista na Síria e no Iraque.
Enquanto fonte de informação e de análise, este site pretende participar
plenamente no debate de ideias em França e na Europa, no mundo árabe e na
região euro-mediterrânica, e mais além, no campo tri-continental
África-Ásia-América, com o objectivo de oferecer uma contra-visão da
actualidade, muitas vezes contrária à versão consensual dos meios de
comunicação social, através de uma leitura isenta de pressupostos ideológicos.
Procurará constantemente abordar os pontos cegos da política internacional,
lutando sem tréguas contra a comunitarização do debate público e da vida
nacional, em todos os continentes, por todas as religiões e crenças
filosóficas.
Por último, é importante não confundir o debate teocrático e teológico com
considerações estratégicas. Não devemos confundir uma análise concreta de uma
situação concreta - um acto eminentemente intelectual, a marca do trabalho
científico - com pressupostos ideológicos baseados na lealdade comunitária.
Está a chegar ao fim uma década calamitosa, marcada pela destruição das
duas antigas capitais da conquista árabe, Bagdade, capital do antigo império
abássida, em 2003, e Damasco, antiga capital do império omíada, em 2013. Sem o
menor benefício para os árabes ou para os muçulmanos. Para maior benefício de
Israel e do bloco atlantista.
Cabe aos árabes, e aos árabes em particular, e aos outros povos da região,
travar a sua própria guerra de libertação e não servir de mandatários das
estratégias das grandes potências em alianças profanas com os regimes mais
repressivos e regressivos do planeta.
Cabe aos árabes, e não à NATO, travar a sua própria batalha pela liberdade
e pela igualdade. Pela dignidade e pelo pluralismo. Cabe aos árabes oporem-se a
todas as ditaduras, sejam elas republicanas ou monárquicas. Romper com a lógica
da vassalagem. Repudiar a mentalidade suplicante. Ter presente a armadilha de
Cabul, o maior desvio de combate da Palestina para o Afeganistão. Banir o
espírito de vingança e a sede de vingança dos nossos costumes políticos,
ultrapassando as divisões que atordoam o mundo árabe, sublimando as suas
diferenças, ultrapassando as suas divisões.
A batalha a travar é abrangente, implacável e intransigente. "Ad Dinne Lillah Wal Watan Lil Jamih".
A religião é um assunto para Deus, e a pátria pertence a todos os nossos
concidadãos. Este é o principal objectivo deste site, que é promover uma
cultura de direitos humanos e a noção de cidadania e civismo - uma revolução na
ordem mental árabe.
A tarefa é imensa. Iria contra a complacência intelectual e a leviandade
criminosa dos dirigentes e dos intelectuais da corte, e contra o peso do
feudalismo comunitário, base do seu poder.
No dia 1 de Setembro de 1969, o signatário deste texto dava os primeiros
passos como correspondente de guerra na delegação regional da Agence France
Presse (AFP) em Beirute. 45 anos mais tarde, nesse mesmo dia 1 de Setembro, com
uma grande experiência e conhecimentos, mas também com o mesmo entusiasmo,
recomeçava a trabalhar, através do site MADANïYA, para estimular um
debate sobre a democratização da esfera euro-árabe, sem o menor apoio de
qualquer estrutura estatal ou para-estatal para a sua substância intelectual ou
sustentação material. Guiado unicamente pelo rigor moral e intelectual, pelo
civismo e pelo sentido de responsabilidade - a sua linha editorial constante -
com o objectivo de encorajar todos os árabes e outros povos da região, para
além das suas divisões, a assumirem as suas responsabilidades. Deixar de ser o
motivo de chacota do mundo e impor o seu respeito.
"No século XX, aquando da ascensão do totalitarismo, do fascismo e do
nazismo, os Estados falharam por cederem à pressão dos grupos minoritários...
Não foram os fascistas que derrubaram a República de Weimar, mas a falta de
democratas", afirmou, não sem razão, Richard von Weizsäcker, Presidente da
República Federal da Alemanha de 1984 a 1994. Não esqueçamos esta lição de
história.
A propósito
§
https://www.madaniya.info/a-propos/
Fonte: À propos de Madaniya.info – les 7 du quebec
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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