[Comunicado de imprensa do CIDFA nº 6 – 13 de Junho de 2023]
Mulheres trabalhadoras, advogadas, activistas sindicais, políticas e
associativas participaram nas cinco palestras proferidas pela nossa amiga
Hasina Sadet, activista do Movimento Espontâneo das Mulheres Afegãs, durante a
primeira digressão europeia organizada pelo Comité Internacional para a Defesa
das Mulheres Afegãs, de 5 a 9 de Junho.
Em Metz (França), Bruxelas e Liège (Bélgica), Erfurt e Berlim (Alemanha), a nossa amiga Hasina Sadet recordou que "o Movimento Espontâneo das
Mulheres Afegãs foi criado em Cabul a 22 de Setembro de 2021, depois de os talibãs
terem tomado o poder em Agosto de 2021. É um movimento independente que não
está ligado a nenhum partido político e inclui democratas, nacionalistas,
intelectuais, feministas, secularistas, membros da sociedade civil,
jornalistas, professores, estudantes e donas de casa. »
Ela
explicou: "Presente
em Cabul e em muitas províncias, o movimento actua em condições extremamente
difíceis: o regime talibã restabelecido pelo governo dos EUA liquidou toda a
liberdade democrática e multiplicou as medidas que excluem as mulheres da vida
social (educação, trabalho, ONGs, lugares públicos, etc.). O regime talibã
proibiu as raparigas do sexto ano. Uma das reivindicações do movimento é, por
isso, a reabertura de todas as escolas, universidades e centros de educação
para raparigas. Ao mesmo tempo, organizou uma rede de escolas clandestinas para
acolher jovens raparigas expulsas das escolas: dezenas de centros secretos de
educação que permitem que várias centenas de raparigas recebam educação
gratuita, dada por professores voluntários. »
Além de actividades
e reuniões clandestinas, o movimento também organizou eventos públicos, como
manifestações e comícios, inclusive pela reabertura de escolas e universidades
para mulheres. Aproveitou todas as oportunidades para o fazer: 8 de
março, 1 de maio, etc. Mas Hasina Sadet também lembrou
que "devido
à falta de uma reacção séria da 'comunidade internacional' em relação aos
talibãs, estes conseguiram, em 2023, impedir as manifestações recorrendo à
repressão, assassinato, prisão e tortura. Os talibãs mataram dezenas de
mulheres e prenderam centenas de manifestantes. A maioria das famílias foi
ameaçada de morte para não falar com os meios de comunicação social ou
organizações de direitos humanos. »
O Movimento Espontâneo das Mulheres Afegãs, explicou, abriu "casas de
protecção" clandestinas que abrigam activistas ameaçados. Daí a
importância da campanha levada a cabo em vários países europeus para pedir às
autoridades desses países que acolham imediata e incondicionalmente todas as
mulheres e activistas ameaçados.
Hasina Sadet
também insistiu que o regime talibã recebe 45 milhões de dólares todas as
semanas da administração norte-americana, sob o pretexto de "ajuda
humanitária". No entanto, explicou, "esta ajuda não chega às mulheres que dela necessitam e apenas reforça
o regime misógino dos talibãs: é uma verdadeira traição aos interesses das
mulheres do Afeganistão. Por conseguinte, é necessário construir e reforçar
organizações independentes, como o Comité Internacional para a Defesa das
Mulheres Afegãs e o Movimento Espontâneo das Mulheres Afegãs. »
Agradecemos aos organizadores, activistas, sindicalistas, advogados que
acolheram Hasina Sadet, bem como à Willy Peers Family House de Bruxelas e à
secção sindical Ver.di da Universidade Livre de Berlim.
Em
antecipação à próxima visita das mulheres activistas afegãs, Hasina Sadet
apelou em cada uma das suas palestras ao reforço do Comité Internacional para a
Defesa das Mulheres Afegãs, à continuação da campanha de asilo incondicional
para activistas ameaçadas e ao apoio financeiro à organização de "casas de protecção" para mulheres e escolas clandestinas para raparigas no Afeganistão.
Precisamos do vosso apoio financeiro!
As duas visitas de activistas afegãs na Europa são inteiramente
autofinanciadas. Pode agora prestar a sua contribuição ao Comité Internacional:
·
POR
TRANSFERÊNCIA BANCÁRIA para a conta "International Committee for the
Defence of Afghan Women" BIC/SWIFT: CMCIFR2A; IBAN: FR76 1027 8060 5000
0213 5650 174
·
POR CHEQUE
BANCÁRIO (para a França) a enviar ao Comité Internacional para a Defesa das
Mulheres Afegãs, 67, avenida Faidherbe, 93100 Montreuil.
Sensibilizar o Comité Internacional para a Defesa das Mulheres Afegãs
... e o seu
sítio Web para expandir a campanha de solidariedade: https://defendafghanwomen.org/
A anotar nas vossas agendas!
A próxima
digressão europeia será apresentada por Ranna Amani, activista do Movimento
Espontâneo das Mulheres Afegãs: em Lisboa, Portugal, na segunda-feira, 26 de Junho; em Bilbau (Espanha), na terça-feira, 27 de Junho; em Marselha (França), na quarta-feira, 28 de Junho; Turim (Itália), na quinta-feira,
29 de Junho, e Genebra
(Suíça), na sexta-feira, 30 de Junho.
Este comunicado foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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