21 de Junho de
2023 Robert Bibeau
Por Kyle Anzalone em Antiwar.com 16 de Junho de 2023.
Em entrevista à NBC News, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, atacou a promessa do ex-presidente Donald Trump de acabar com a guerra. Ele argumentou que, se Kiev não derrotar Moscovo, a Rússia atacará um Estado-membro da Otan e forçará os EUA a um conflito directo.
Zelensky foi questionado sobre a afirmação de Trump de que envolveria
imediatamente o Kremlin nas negociações e levaria a guerra a um acordo
negociado.
"Estão preparados
para começar uma guerra para enviar os seus filhos? Estão preparados para
morrer?", afirmou na entrevista publicada na quinta-feira. "Se a
Rússia ocupar a Ucrânia, passará para o Báltico, para a Polónia, para qualquer
país da NATO e, nesse caso particular, os Estados Unidos terão de escolher
entre desmantelar a NATO ou lutar".
Kiev e os falcões em Washington afirmaram que a Ucrânia é um baluarte, protegendo os membros da Otan das ambições expansionistas de Moscovo. No entanto, não há evidências de que o Kremlin esteja a planear atacar outro país. O presidente russo, Vladimir Putin, vê a Ucrânia como uma ameaça única à segurança do seu país e diz que a tomada de território protege Moscovo da expansão da aliança da Otan.
Zelensky diz que
a Terceira Guerra Mundial está garantida se as negociações com a Rússia
fracassarem
A Ucrânia espera poder tornar-se membro da aliança quando a guerra terminar.
"Precisamos de um convite e tem de ficar claro que, depois desta guerra, se estivermos prontos e se o exército ucraniano estiver pronto de acordo com as normas da NATO, então, depois da guerra, seremos convidados a aderir". É muito importante ouvir a verdade e não nos dizerem mentiras", acrescentou Zelensky.
Em 2008, foi dito à Ucrânia que um dia se tornaria membro de pleno direito da NATO. Na altura, Moscovo denunciou a proposta, afirmando que violava as linhas vermelhas e que, na perspectiva russa, criaria uma ameaça significativa à segurança.
Apesar das objecções russas, a NATO mantém as suas portas abertas a novos membros, mas a Ucrânia não preenche actualmente os requisitos. Como Kiev está actualmente em guerra com Moscovo, a admissão da Ucrânia na aliança colocará a NATO em confronto directo com a Rússia.
Às vezes, Kiev parece frustrada com a recusa da Otan em assumir um compromisso formal com a Ucrânia. Zelensky ameaça não participar numa próxima reunião da aliança do Atlântico Norte, em Julho, porque a Ucrânia não receberá a promessa de se tornar membro no final da guerra.
Zelensky criticou
Trump, dizendo que ele não foi capaz de acabar com a guerra na Ucrânia enquanto
esteve no cargo.
"Porque é que ele não o fez mais cedo? Ele era presidente quando a guerra estava a decorrer aqui", explicou. "Não creio que ele pudesse ter feito isso. Acho que não há ninguém no mundo actualmente que pudesse simplesmente falar com Putin e acabar com a guerra".
A declaração parece ser uma admissão de Zelensky de que a guerra na Ucrânia começou antes da invasão russa em 2022. Antes da invasão russa, a Ucrânia estava envolvida numa guerra civil de oito anos. Washington e a NATO justificam o seu apoio a Kiev dizendo que a invasão russa não foi provocada.
Os acordos de Minsk foram alcançados pela Ucrânia, Rússia, Alemanha e França com a intenção de acabar com a guerra civil. No entanto, Zelensky não conseguiu convencer os paramilitares neo-nazis que lutam pela Ucrânia a cumprir o acordo. Nos dias que antecederam a invasão russa, houve um recrudescimento dos combates entre as forças ucranianas e os rebeldes na região de Donbass.
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A fonte original deste artigo é Antiwar.com
Direitos autorais © Kyle Anzalone, Antiwar.com, 2023
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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